17 de janeiro de 2010




Cecília Meireles fala da eternidade que se sobrepõe ao efêmero.



“Tu tens um medo:

Acabar.

Não vês que acabas todo dia.

Que morres no amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que te renovas todo dia.

No amor.

Na tristeza.

Na dúvida.

No desejo.

Que és sempre outro.

Que és sempre o mesmo.

Que morrerás por idades imensas.

Até não teres medo de morrer.

E então serás eterno.”

(poema pertencente ao livro Cânticos, de 1927)



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